Ciclos de Aprendizagem e Progressão Continuada
Entrevista ao Serviço de Comunicação e Mídia da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, em 10 de outubro de 2013.
Introdução
Conteúdo:
Palavras introdutórias e apresentação de bibliografia.
Ciclos Escolares e Ciclos de Aprendizagem
Conteúdo:
Ciclos escolares
– Sinônimo de graus ou níveis de ensino.
Ex.: antigo nível secundário: 1° ciclo (ginasial), 2° ciclo (colegial)
– Não tem necessariamente a ver com os avanços da Pedagogia e é inteiramente compatível com a seriação e com a reprovação escolar.
– É o tipo de ciclos que acabou, de certo modo, sendo implantado na rede pública estadual de São Paulo. Explicação.
Ciclos de aprendizagem
– Baseados nos ciclos de desenvolvimento biopsíquico e social da criança e do adolescente (explicação)
– Sua consideração na organização do ensino leva à
. eliminação da seriação
. eliminação (imediata ou progressiva) da reprovação
– Eles se mostram necessários sempre que se procura implantar uma concepção de educação escolar que supere a retrógrada estrutura pedagógica que temos aí.
– Exemplos: São Paulo, com Paulo Freire (explicação)
Porto Alegre, Blumenau, Belém, Belo Horizonte (só agora os tucanos conseguiram reverter os progressos)
Equívocos:
– ciclos de aprendizagem não é solução para pobre
– não podem ser confundidos (como em São Paulo) com graus ou níveis de ensino
Progressão Continuada e Promoção Automática
Conteúdo:
Progressão continuada
– a rigor, um pleonasmo
– politicamente, consistiu, às vezes, numa estratégia para acabar gradualmente com as reprovações escolares
– sua implantação demagógica ou desmazelada serviu para maquiar estatísticas, mas o feitiço virou-se contra o feiticeiro, porque ela fez vir à tona a má qualidade do ensino que estava encoberta pela reprovação
– não é de modo nenhum a causadora da “queda” na qualidade do ensino, pois este já era muito ruim
Promoção automática
– Três maneiras de concebê-la:
– concepção técnica: expressão utilizada por grandes educadores brasileiros, entre eles Dante Moreira Leite, ainda na década de 1950, para advogar a estupidez da reprovação escolar
– uso pejorativo: utilizada para significar o sistema que se limita apenas a não reprovar, sem tomar nenhuma outra providência na melhoria do ensino
– uso equivocado: utilizada simplesmente para defender a reprovação como recurso pedagógico. Infelizmente este é o uso mais comum.
“progressão continuada, sim; promoção automática, não”
– não se trata, pois, de eliminar a reprovação (que não seria, portanto, má em si) mas de utilizá-la com critério.
Progressão continuada ou promoção automática?
– Falso problema:
– Nem progressão continuada, nem promoção automática. É preciso aposentar a tara de aprovar ou reprovar. A escola deve existir para ensinar.
– Passar de ano ou promover para a próxima série não tem sentido porque o ensino verdadeiramente moderno, com base científica, não deve ser organizado em série.
– Reprovar ou reter é estupidez pedagógica em si, por razões técnicas e políticas
Reprovação Escolar
Conteúdo:
A reprovação é comumente apresentada como resultado da avaliação
Conceito de Avaliação.
– avaliação vs. medida
. as coisas mais importantes não se medem
. educação: avaliar o quê?
– avaliar:
. atribuir valor (com base em valores)
. aferir a qualidade
– instrumento da administração
(síntese do conceito)
trabalho: atividade orientada por um fim
administração: mediação
coerência entre meios e fins
– necessária em todos os campos
– avaliação de produto e avaliação de processo
– produto material (imediata)
. os instrumentos de medida são muito mais aplicáveis
– produto não material (mediada por subjetividades)
. educação (no processo)
– na educação, fala-se de avaliação, mas não se faz
. confunde-se reprovação com avaliação
. espera-se um ano inteiro para se avaliar
. coloca-se na vítima a culpa pela incompetência da escola
Avaliação na Educação
Conteúdo:
A apropriação de conhecimentos (sentido restrito de educação)
Esse componente é passível de ser medido (quantitativo), embora de modo apenas aproximativo.
Educação não é apenas apropriação de conhecimentos
Crítica à “transmissão de conhecimento”
– transmissão não existe e
– conhecimento não se apropria isoladamente
Avaliação externa por meio de testes
– precária: os testes são truques (forçam a barra para dar a impressão de precisão)
– a rigor, não avalia se sabe, mas se, naquele momento, o aluno consegue responder
A apropriação de cultura (o verdadeiro objetivo da educação)
– avaliação no processo
– o próprio ensinar é avaliativo
Tudo isso exige um modo rigoroso de se conceituar a educação, ou seja o objetivo da escola
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